“Casei!
Agora eu sou só dessa pessoa, essa pessoa é só minha, e se quisermos ficar com outras pessoas (ou sequer olhar para os lados) isso significa que não nos amamos mais”.
Esse é o tipo de “amor” que geralmente aprendemos, o amor romântico, aquele onde duas pessoas “se tornam uma só” e devem amar e desejar apenas uma à outra. Costuma-se acreditar que é o único formato de relacionamento possível. Porém, quanto mais avançamos no conhecimento, mais descobre-se as diversas possibilidades existentes - que bom!
Sabemos que o amor é uma construção social que se apresenta de maneiras diferentes em cada período da história. O amor romântico surgiu no século XVIII. Ele é calcado na idealização da pessoa amada e na ilusão da felicidade eterna a dois, trazendo crenças, valores e expectativas que podem gerar muitas insatisfações pessoais, além de interferências negativas nas relações.
É claro que este modelo funciona para alguns casais. Ele é válido e possível de ser fonte de felicidade conjugal, mas não deve ser a única opção e nem obrigatório para quem não se identifica com ele.
Hoje, existe um enorme leque de opções e, conforme o tempo avança, mais espaço se abre para novas configurações. Percebemos que a monogamia convencional está sendo cada vez mais questionada, e relacionamentos “livres”, “abertos”, não-monogâmicos e suas variações vêm ganhando mais adeptos. Atualmente, vê-se formas de se relacionar afetiva e/ou sexualmente que não são pautadas pela exclusividade, com regras e combinados bem particulares de cada dupla (ou trio, ou quarteto… e etecetera). Em alguns casos, as regras são fluidas e se modificam; em outros, ainda, a regra é não ter regra.
A não-monogamia é considerada um termo “guarda-chuva”, pois engloba vários conceitos e possibilidades dentro dela. Existem nomenclaturas para definir alguns modelos, como por exemplo:
Poliamor
Anarquia Relacional
Trisal
Casal Swinger
Relacionamento Aberto
Os envolvidos em relacionamentos não-monogâmicos usualmente entendem que é natural sentir atração por outras pessoas que não a parceria, e possuem acordos entre si que dependem do que cada um acredita ou dá conta de suportar. Por isso, é extremamente importante que haja consentimento de todas as partes e que a comunicação seja sempre clara e respeitosa pois, através do diálogo e da escuta do outro, é possível chegar a um lugar de mais satisfação e parceria no relacionamento.
O que é importante concluirmos é que existem várias possibilidades para os relacionamentos, e não existe a “certa” ou a “errada”. É preciso entender de onde vêm e o que significam os padrões que nos foram impostos, e o que é melhor para cada caso, em cada fase da relação ou do ciclo de vida. Conhecimento, consentimento e comunicação são as palavras chaves dentro desse mundo de alternativas que permanecem em constante mudança, assim como nós.
Referências bibliográficas:
LINS, Regina Navarro. Novas formas de amar / São Paulo: Planeta do Brasil, 2017.
LINS, Regina Navarro. Amor na vitrine (p. 2). Best Seller, 2020. Edição do Kindle.
RODRIGUES, Karla, SANTOS, Dra Maria Inês. A crise do amor romântico na contemporaneidade, 2009. Disponível em: https://www.webartigos.com/ . Acesso em: 03 março 2023.
AMOR romântico: origem e desdobramentos do mito. Agamia, 2023. Disponível em: https://agamia.com.br/ . Acesso em: 03 de março de 2023.
SANTIAGO, Karine. Não monogamia e a liberdade das relações afetivas, 2022. Disponível em: https://www.dicasdemulher.com.br/ . Acesso em: 03 de março de 2023.
FONSECA, Fausto. Não monogamia: entenda o conceito e as formas de relação, 2021. Disponível em: https://doutorjairo.uol.com.br/ . Acesso em: 03 de março de 2023.